Stress, Voz e lesões músculo-esqueléticas “atormentam” profissionais da Educação
10-12-2015 00:00
Centenas de profissionais da Educação tiveram oportunidade de nos últimos meses participar na Campanha da Saúde FNE, uma iniciativa que pretendeu sensibilizar os participantes para algumas questões identificadas como especialmente críticas para os profissionais da Educação: o stress, as perturbações músculo-esqueléticas e a voz.
Esta ação foi lançada na convicção de que se torna necessário que todos os atores disponham do máximo de conhecimentos indispensáveis para agirem sobre as condições de trabalho e melhorarem a proteção da saúde nos seus locais de trabalho.
A lógica que presidiu às sessões de trabalho realizadas assentou na apresentação de maneira acessível os conhecimentos sobre os riscos do trabalho, para os profissionais da educação.
Em todas as sessões, foram recolhidos questionários para se ter noção dos pré-requisitos que os participantes identificavam, para além de se tentar obter informação para ações subsequentes.
Os resultados deste trabalho apontam, nomeadamente as seguintes conclusões:
Stress
Em relação à área do stress, foram validados 223 questionários.
- Cerca de um quarto (23,3%) revelou que no seu percurso profissional já experienciou situações agudas de stress profissional.
- 17,4% afirmou desconhecer os fatores de risco a nível profissional que podem gerar stress.
- 38,5% afirmaram desconhecer o síndrome de burnout. 43,9% afirma mesmo ignorar os sintomas deburnout.
- 85% afirmou que até esta iniciativa não teve qualquer formação sobre a questão do stress em educação.
Na identificação de fatores de risco a nível profissional que podem gerar stress ficaram registados maioritariamente os seguintes: turmas grandes, elevada carga horária, as alterações permanentes na organização do sistema educativo, a incerteza profissional, a indisciplina, a burocracia, a competição, o mau relacionamento profissional, a excessiva extensão dos programas.